Não quero mais que me digam o que fazer. Também não quero que me digam o que não fazer. Quero caminhar com minhas próprias pernas. Não quero mais me importar com o que pensam ou acham sobre mim. Também não quero que não façam idéia de quem eu sou. Não quero mais me importar com quem acha que sabe mais de mim do que eu mesmo. Mas também não quero deixar de saber como as pessoas me vêem. Não sou robô. Por tanto não quero ninguém me controlando. Mas também não quero andar sozinho. Meu quarto está bagunçado, pretendo até arrumá-lo, mas me acho em minha bagunça. O que não quero é que mecham nele. Não o arrumem, não tirem nada do lugar. Mas também preciso de ajuda, de um incentivo. Não quero que ponham palavras em minha boca, nem que interpretem o que falo da maneira que mais lhe convém. Não quero também que não me entendam ou me compreendam. Não quero, de forma alguma, ouvir palavras “sábias” de nenhum dito “ancião” sobre os meus sentimentos, que pensam que sentem por mim, ou que só em me olhar nos olhos de uma maneira esfíngica, já percebem e vêem no mais profundo do meu ser o que preciso naquele momento. Preciso abster-me daquilo que não me faz bem. Daquilo que não gosto. De tudo o que me põe pra baixo (ou pelo menos tenta). Mas a vida precisa de um ponto de equilíbrio. O bem e o mal. O positivo e o negativo. O alfa e o ômega. O princípio e o fim. O homem e a mulher. O côncavo e o convexo. Mas hoje, prefiro que minha balança penda mais para um lado. De preferência aquele que me convém. Mas também, como eu me comportaria hoje se eu não passasse pelos momentos difíceis. Se bem. Hoje nem sei se foram tão difíceis assim. O que eu tenho certeza é de uma coisa. Quero viver. Não me importa como. Com quem. Quando. Em que situação. Eu quero é viver sem me importar. Quer dizer... Não sei se quero mesmo “não me importar”. A vida é realmente uma abstinência utópica.
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Um comentário:
E que aqui seja o refúgio para as palavras não ditas...A válvula de escape do cotidiano..
Enfim, seja bem-vindo
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