quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Não dá pra ser feliz.

Agora não da mesmo pra ser feliz, é impossível. Mas quem disse que a gente precisa ser sempre feliz ? Isso é bobagem. Como Vinícius cantou "é melhor viver do que ser feliz". Porque, pra viver de verdade, a gente tem que quebrar a cara. Tem que tentar e não conseguir. Achar que vai dar e ver que não deu. Querer muito e não alcançar. Ter e perder. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e dizer uma coisa terrível, mas que tem que ser dita. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e ouvir uma coisa terrível, que tem que ser ouvida. A vida é incontornável. A gente perde, leva porrada, é passado pra trás, cai. Dói, ai, doi demaais. Mas passa. Está vendo essa dor que agora samba no seu peito de salto agulha? Você ainda vai olhá-la no fundo dos olhos e rir da cara dela. Juro que estou falando a verdade. Eu não minto. Vai passar.

sábado, 6 de outubro de 2012

Marcas da realidade

Hoje estive com o meu amigo e colega de trabalho Gustavo Ramiro no lar Pérolas de Cristo, localizado no Lobato, subúrbio ferroviário de Salvador, para fazer mais uma matéria. Mas não foi qualquer matéria. Esse LAR abriga meninos e meninas, vitimas de abuso sexual. No retorno, a conversa dentro do carro da Rádio Sociedade foi longa e reflexiva. A aproximação com esse tipo de realidade, que algumas vezes se mostra distante de nós, nos proporciona a possibilidade de servirmos a nossa humanidade e o quanto que ela nos pesa. Pesa por percebermos que não somos o centro do universo, como sugeriu um dia o movimento antropocentrista, e sendo assim, nossos problemas não são únicos, nem maiores, e nossa realidade não é a única e nem nossa verdade absoluta. Estar perto de "outras realidades" e, como o próprio Gustavo disse, de historias reais que passam longe de serem um filme, abre os nossos olhos para toda a mazela e mizéria humana. Toda a nossa trajetória deixa marcas em nossas almas, nas almas de todos os homens, mas, infelizmente, alguns trazem marcas que ainda doem muito, mesmo com o o passar dos anos.