quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

A partir de amanhã. Ou melhor, de agora.


A partir de agora vou viver melhor a minha vida. A partir de agora, vou procurar mais os meus amigos. A partir de agora quero mais tempo pra minha família. A partir de agora quero para mim e para você o suficiente. Apenas o suficiente. A partir de agora quero sol suficiente para me aquecer. Quero água suficiente para matar minha sede. A partir de agora, quero dinheiro suficiente para suprir minhas necessidades. A partir de agora quero dificuldade o suficiente para aprender a vencê-lo. A partir de agora quero amor suficiente para amar e ser amado. A partir de agora quero valorizar mais os meus momentos, a partir de agora quero amigos o suficiente para respeitá-los. A partir de agora desejo para mim e para você, o suficiente para podermos viver em paz. A partir de agora vou me encontrar mais com Deus. A partir de agora vou reclamar menos do pouco que me falta e me alegrar mais pelo muito do que gozo. A partir de agora vou ser mais eu. A partir de agora vou torcer mais por você. A partir de agora seremos mais felizes.


quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Qual será o próximo ponto?

Parem o ônibus que eu quero descer. Não sei nem se nesse ponto. Não sei também se dentro do ônibus está pior do que lá fora. As pessoas perderam os seus valores, as famílias se dizimaram, o ser humano se lançou na promiscuidade. A humanidade de esqueceu de Deus e se esquecendo Dele, vem se afastando ainda mais e a miséria continua assolando, as pestes continuam a se disseminar, a pobreza bate à porta de todos e a violência já invadiu as casas. O que está acontecendo? Não sei... Se sei, acho que tenho medo de dizer e se tenho medo de dizer por isso colaboro, de certa forma, com a continuidade de todas essas desgraças. Sim. Por que me omitindo, ajo como se a vida estivesse seguindo um curso natural. Aprendi na escola que o curso natural da evolução humana é nascer, crescer, se desenvolver, reproduzir, envelhecer e morrer. Mas há tempos a humanidade foge à regra. Crianças são lançadas pelas janelas dos apartamentos, jovens se lançam contra o para-peito de prédios. O estado se abstém das suas responsabilidades. As corporações que deveriam ser responsáveis pela nossa segurança, têm medo e sucumbe às afrontas da criminalidade. Caráter, dignidade, índole, etc... Perderam-se esquecidos nos dicionários (os quais nem são mais utilizados assim). O sentido de família desapareceu no momento em que pais e filhos perderam o respeito uns pelos outros. E onde baseamos a nossa educação? Nos folhetins televisivos que vêm a cada dia substituindo a educação familiar. Desse jeito “companheiro”, daremos um fim em nossa própria raça.

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Eu quero a presença

Relações virtuais...? Miguxo... Bju... Nada contra ao uso desses termos, também os utilizo às vezes. Nada contra quem passa o tempo no computador (navegando na Net), declarando e expondo sentimentos uns pelos outros, etc... Prefiro estar próximo. Não. Prefiro estar perto, ou melhor, junto. Claro... Não sou nenhum historiador, mas sei que depois da revolução industrial e o inicio dessa dita “Globalização”, as relações inter-pessoais se perderam, as pessoas se distanciaram e passaram a viver no eterno gelo de uma solidão mecanizada, robotizada, automatizada. Pela “net”, se conta toda a vida, expõe as dores mais profundas, se diz que ama, ou que odeia. Pela “net”, se declara paixões ou se termina relacionamentos. Mas por acaso, se encontra o dito “amigo” - que se tornou virtual – e falta palavras, não se dá um abraço, não se declara paixões, não se pergunta “como vai”. Por isso que prefiro a presença. Por que o medo de se encontrar frente a frente? Gosto de ver os meus amigos. Gosto de ter os meus amigos. Quero aminha família perto de mim. Preciso, sim preciso que eles escutem de mim o que sinto por cada um deles. Eu quero o presente que é a sua presença. E sua presença é o presente de minha vida.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Velocidade Cega


5h15 da manhã, acordo ao som da canção “Na língua dos Anjos”. Na verdade eu deveria representar agora a onomatopéia do velho e conhecido despertador, mas, como tantos outros fatores, o meu celular com Mp3 (não que isso hoje seja uma exclusividade minha) me faz atentar que estou (na verdade estamos) num mundo globalizado. Rapaz, 5h20 e eu aqui conversando. Levantar, tomar banho, desjejum, vestir a roupa da academia, preparar a minha marmita, mochila, material da faculdade. Êta!! 6h. Academia. Acho que esqueci de alguma coisa. 6h20, alongar, malhar, bater um papo (rápido, por causa do horário). Vixe! 8h. Tomar banho, vestir a roupa do trabalho (na academia mesmo). Sair correndo... Acho que estou esquecendo alguma coisa. Aff! Cadê o ônibus?! Já tenho 5 min aqui no ponto. Chegou. Cheio como todos os dias. Rapaz que engarrafamento. Estou quase no meu horário. Meu ponto. Levanto correndo, atravesso a rua correndo... Bora elevador... Finalmente minha sala, minha mesa, meu computador, meu AR CONDICIONADO. Meu Deus! 9h. Tenho que começar a clipagem. Telefone, matéria de “rua” para a prefeitura. Voltar pra minha sala, fechar a matéria, colocar no site. Tenho que ir... 13h. Correr pro outro estágio, almoçar. 14H, bater o ponto. Estou esquecendo algo... 15h30, tenho que gravar entrevista. 17h, meu Deus tenho que fechar o jornal. 18h10. Vai começar o jornal. 19h. Correndo pra faculdade, já vou perder o inicio da primeira aula, ou ela toda. Rapaz tenho certeza de que estou esquecendo algo. Ufa! 22h45. Acabou a aula. Ponto cheio. Olha chegou o meu ônibus. 23h10. Enfim em casa. Banho, jantar, arrumar mochila para o outro dia. 00h. Vou dormir. (Na cama)... Sabia que eu estava esquecendo alguma coisa... Não vi o sol nascer, não perguntei ao meu amigo como ele estava, não liguei pra minha namorada, não dediquei um tempo pra Deus, não vi os pássaros... O sol se pôs, nem vi. Também não vi minha mãe, meus irmãos. Aí! Não pedi a benção a minha mãe. Também... Passo os meus dias nessa velocidade cega.

Amigo de várias horas



Hoje não quero falar sobre mim. Também não quero falar sobre outras pessoas. Aliás! Quero falar sobre alguém muito importante em minha vida. Alguém que, de verdade, faz diferença todas as vezes que sinto a sua presença. Quero falar de Deus. Quer dizer, prefiro falar com Ele. Mas acho que Ele já está falando comigo. Sim... Ele está falando comigo agora, ele falou comigo há instantes e vai falar comigo daqui a pouco. Ele fala comigo a todo o tempo. Na folha seca que cai da árvore, na chuva que molha o meu rosto, através de meus amigos, na insegurança dos desesperados. No ônibus cheio e que ainda se atrasa. Em todo o momento Ele está comigo. Ah! Ele também saiu comigo hoje. Eu estava tão feliz. Saímos pra comemorar. Mas ontem eu não estava bem, algo me desanimava. Mas pra mim não faz diferença. Ontem Ele também estava comigo. Cheguei em casa cansado, acho que nem desejei uma “boa noite” a ninguém. Mas quando entrei no quarto Ele estava lá, sorrindo, de braços abertos. O mais incrível. Apesar de ter passado todo o dia comigo, Ele quis que eu Lhe contasse o que eu havia achado do meu dia. É maravilhoso estar com Ele. Obrigado Deus, por estar comigo, sempre!!!

Abstinência utópica.

Não quero mais que me digam o que fazer. Também não quero que me digam o que não fazer. Quero caminhar com minhas próprias pernas. Não quero mais me importar com o que pensam ou acham sobre mim. Também não quero que não façam idéia de quem eu sou. Não quero mais me importar com quem acha que sabe mais de mim do que eu mesmo. Mas também não quero deixar de saber como as pessoas me vêem. Não sou robô. Por tanto não quero ninguém me controlando. Mas também não quero andar sozinho. Meu quarto está bagunçado, pretendo até arrumá-lo, mas me acho em minha bagunça. O que não quero é que mecham nele. Não o arrumem, não tirem nada do lugar. Mas também preciso de ajuda, de um incentivo. Não quero que ponham palavras em minha boca, nem que interpretem o que falo da maneira que mais lhe convém. Não quero também que não me entendam ou me compreendam. Não quero, de forma alguma, ouvir palavras “sábias” de nenhum dito “ancião” sobre os meus sentimentos, que pensam que sentem por mim, ou que só em me olhar nos olhos de uma maneira esfíngica, já percebem e vêem no mais profundo do meu ser o que preciso naquele momento. Preciso abster-me daquilo que não me faz bem. Daquilo que não gosto. De tudo o que me põe pra baixo (ou pelo menos tenta). Mas a vida precisa de um ponto de equilíbrio. O bem e o mal. O positivo e o negativo. O alfa e o ômega. O princípio e o fim. O homem e a mulher. O côncavo e o convexo. Mas hoje, prefiro que minha balança penda mais para um lado. De preferência aquele que me convém. Mas também, como eu me comportaria hoje se eu não passasse pelos momentos difíceis. Se bem. Hoje nem sei se foram tão difíceis assim. O que eu tenho certeza é de uma coisa. Quero viver. Não me importa como. Com quem. Quando. Em que situação. Eu quero é viver sem me importar. Quer dizer... Não sei se quero mesmo “não me importar”. A vida é realmente uma abstinência utópica.